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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Mas que droga!!!!

Joaninha saiu bem cedo com seu marido e foi ao centro da cidade.
Andaram um pouco... foram a um lugar onde tinha muitas lojas parecidas; lojas de instrumentos musicais. Instrumentos os mais variados possíveis: cordas, metais, teclados, percussões, etc.
Ele levou um instrumento seu para concertar...
Tudo OK.
Mas na volta... Passaram por um lugar que Joaninha não acreditava estar vendo, não achava possível aquilo ser real. Já ouvira falar, até vira pela TV algumas vezes em reportagens... mas nada se comparava à realidade daquelas cenas. Cenas grotescas, que fizeram o coração de Joaninha sair do peito, se esparrar assustado pela calçada suja e depois... voltar p dentro do peito e sangrar em meio a grandes soluços desesperados.
Ela viu farrapos humanos de todas idades se arrastando em meio ao lixo, em meio à lama. Sem rumo, sem direção.
Crianças, jovens, adultos e velhos desfigurados pelo vício, com olhares parados, vidrados, se escondendo ou tentando... outros deitados em cobertores pútridos sem forças p se mover. Mas a maioria acendendo cachimbos com a maldita droga... Não era um, nem dois, nem três. Era uma pequena multidão em cada canto.
Meu Deus, eles precisam de Tí!!! _ foi o que Joaninha balbucionou, chocada e delicadamente puxada pela mão firme do marido.
Ela começou a falar com ele que ela, eles, a Igreja e os governantes nada estavam fazendo por aqueles seres necessitados de ajuda, por aquelas almas carentes de Deus e de salvação...
Tudo começou a ficar distante, eles continuaram zanzando sem rumo, ou rumo a lugar nenhum... E as pessoas passavam por eles como se fossem tbém um pouco do lixo que nas calçadas jaziam. Ou pedaços do cimento sujo da própria calçadas.
Vistos; mas ignorados e esquecidos... e evitados como lepra.
Joaninha caminhava sem nem sentir... Passou por ela um jovem oriental de boa aparência e mais outros dois na frente, ambos fumando maconha com total normalidade.
Ela já ouvira falar, mas nunca tinha visto de perto: A Cracolândia.
Aquilo era uma grande droga, nos dois sentidos.